Será que a humanidade irá encontrar outros seres vivendo em meio às estrelas? Eles estão presentes em inúmeros livros e filmes, e descobertas recentes sugeriram que planetas com condições semelhantes às da Terra (habitáveis), podem ser surpreendentemente comuns.
No entanto, se realmente conhecermos os habitantes de outros planetas, as diferenças entre eles e nós provavelmente serão muito maiores do que os episódios de ‘Jornada nas Estrelas’ nos fazem imaginar.
Eles não terão uma biologia humanoide.
A ideia muito presente nos filmes de ficção científica de que os alienígenas teriam características semelhantes aos humanos, exceto por alguns traços casualmente rearranjados para manter seu visual exótico, não tem nenhuma base científica. Embora o fenômeno da evolução convergente tenha resultado em muitas espécies da Terra desenvolvendo características parecidas de forma independente (como a habilidade de voar), estes atributos evoluíram em semelhantes condições terrestres e evolucionárias.
Contos de homenzinhos verdes com olhos esbugalhados têm servido de entretenimento para os humanos por gerações, mas a única teoria plausível para a presença verdadeira de alienígenas humanoides na galáxia seria a panspermia, de acordo com a qual algum criador deliberadamente semeou a vida em diferentes planetas, ou micróbios se espalharam pelo universo por meio do lixo espacial. Caso contrário, as chances de que, entre as infinitas formas de vida que os alienígenas podem ter, a “vencedora” fosse semelhante à da humanidade, são extremamente pequenas.
Na verdade, a vida não se parecerá em nada com o que temos na Terra.
De acordo com um texto da Scientific American, as propriedades singulares do carbono, que formam ligações duplas com outros átomos de carbono de forma “fácil e natural” quando comparado a outros elementos como o silício, formam a base de toda a química orgânica. “O carbono é o componente principal de açúcares, proteínas, gorduras, DNA, tecidos musculares, e praticamente tudo que está presente em nosso corpo.”
No entanto, formas de vida com bioquímicas alternativas baseadas em elementos como o silício poderiam evoluir em condições planetárias diferentes. Embora a água seja, de longe, o solvente orgânico mais comum e adequado para permitir a vida em outros planetas, também é possível que outros compostos como a amônia ou o sulfato de hidrogênio pudessem suprir este papel. Alterando qualquer um dos blocos de construção fundamentais para a vida na Terra — ou simplesmente alterando qualquer uma das condições locais nas quais estes blocos de construção seriam montados — as chances da vida em outros mundos ser semelhante à nossa se reduzem drasticamente.
De acordo com o New Scientist, Sara Seager, cientista planetária do MIT (Massachusetts Institute of Technology em Boston, nos Estados Unidos), construiu juntamente com seus colegas William Bains e Renyu Hu modelos com o objetivo de detectar exoplanetas nos quais os gases atmosféricos não estão equilibrados, sugerindo portanto uma interferência biológica ou mecânica na sua química natural.