O mundo que nós conhecemos e todo o universo em torno dele pode estar cercado de uma densa e (quase) onipresente matéria escura, da qual inclusive cerca de 27% de todo o cosmo é feito. Pesquisas recentes divulgadas pela Nasa na imprensa britânica mostram que filamentos gigantes dessa substância negra estão concentrados em torno de corpos celestes, como a Terra ou Marte.
Segundo os cientistas, enormes "fios" (chamados pelos especialistas de "cabelos") de matéria escura estão por toda parte do universo, formando filamentos que podem ser maiores do que muitos planetas. Eles se movimentam na mesma velocidade e orbitam galáxias como a Via Láctea.
"Um filamento pode ser muito maior do que o Sistema Solar até, e existem muitos fios diferentes cruzando a nossa vizinhança", explica o pesquisador Gary Prézeau. "Quando a gravidade interage com o gás da matéria escura e fria durante a formação das galáxias, todas as partículas de dentro desse fluxo vão continuar na mesma velocidade".
No entanto, quando um desses fluxos se aproxima de um planeta como a Terra, a densidade desse fio fica maior, criando o cenário que os cientistas chamaram de "cabelos de matéria escura": um filamento não cruza a Terra, e fica concentrado em "raízes" que circundam o astro – o que não deveria acontecer, teoricamente, uma vez que, do ponto de vista da própria matéria escura, nenhum planeta seria obstáculo.
"Caso um dia consigamos identificar a localização desses cabelos, poderíamos potencialmente enviar uma sonda para finalmente identificarmos esses dados importantes sobre a matéria escura", acrescentou, entusiasmado, o professor Prézeau.
Em planetas maiores, como Júpiter (o mais denso do Sistema Solar), a densidade da matéria escura em torno do astro pode chegar a 1 trilhão a mais do que o considerado normal. "A matéria escura iludiu todas as tentativas de detecção direta por mais de 30 anos. As raízes desses cabelos seriam o lugar mais atraente para pesquisar", completou o cientista Charles Lawrence, diretor do laboratório JPL, subordinado à Nasa.
Relacionada ao movimento de expansão constante do universo, a matéria escura não pode ser vista pelos olhos do homem, muito menos por telescópio. Mas a sua influência nos corpos é calculada com base nos efeitos gravitacionais – assim como, se você acender uma tocha em uma sala completamente escura, só poderá ver o que está sendo iluminado, mas isso não significa que não há mais nada naquele ambiente.
Portanto, segundo os astrônomos, entender o seu comportamento poderá ser a chave para compreender melhor como as camadas invisíveis influenciam os planetas, bem como o comportamento dos oceanos e das marés com base nas fases da Lua.
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com
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